Vênus Retrógrado


Necessidade de reavaliação

Publicamos texto de Maria Eunice Sousa, formada no Centro de Astrologia Psicológica de Londres, dirigido por Liz Greene. A autora aborda o tema de forma agradável, mas aprofunda a discussão e suscita questões que tocam fundo em nossa alma.
Vênus, o planeta do amor, da beleza, dos relacionamentos, dos prazeres sensoriais e também do dinheiro, entra novamente em movimento retrógrado abril. Apesar de ser apenas aparente, o movimento retrógrado é importante, já que pode indicar retrações, atrasos, necessidade de reavaliação ou a retomada das questões ativadas pelo planeta em questão.
Já publicamos artigo sobre o assunto (Planetas Retrógrados) e estamos publicando um texto de Maria Eunice Sousa, formada no Centro de Astrologia Psicológica de Londres, dirigido por Liz Greene. No texto, a autora aborda o tema de forma agradável e consistente, aprofundando a discussão sobre Vênus retrógrado e suscitando questões que tocam no fundo de nossa alma.

VÊNUS RETRÓGRADO – A SÍNDROME DO PATINHO FEIO

O Nascimento de Vênus – Boticelli – Reprodução
Qual o significado dos planetas retrógrados em trânsito e no mapa natal? Neste artigo vamos falar da retrogradação de Vênus e o que isso simboliza na psicologia do indivíduo, além das mitologias associadas a este período e seus efeitos quando em trânsito.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA RETROGRADAÇÃO

Antes de falarmos do ciclo de Vênus, alguns princípios básicos precisam ser levados em conta quando se fala de planetas retrógrados:
a) os Luminares Sol e Lua nunca ficam retrógrados;
b) o movimento de retrogradação é uma ilusão de ótica que nos faz perceber o planeta deslocando-se para trás e isso acontece devido ao relacionamento do planeta em questão com o Sol, e devido às diferentes velocidades de rotação da Terra e dos demais planetas, assim, para os planetas interiores, Mercúrio e Vênus, a retrogradação ocorre em períodos próximos à conjunção inferior com o Sol, enquanto que no caso dos planetas exteriores (posicionados depois da Terra no sistema solar), a partir de Marte, o ciclo retrógrado está diretamente relacionado à oposição ao Sol;
c) os planetas exteriores Urano, Netuno e Plutão, devido à lentidão de seu movimento e à distância do Sol, passam boa parte do tempo em movimento retrógrado e seu impacto no mapa natal é menos perceptível, a não ser que estejam próximos do ponto estacionário, quando adquirem ênfase especial, pois além de ter sua ação e significado realçados, provavelmente mudarão de direção nas progressões secundárias. Com Júpiter e Saturno não é muito diferente – aliás, de Júpiter em diante a retrogradação tem impacto mais definido em Astrologia Mundial e em Astrologia Horária e Eletiva;
d) assim, os planetas cujo ciclo de retrogradação é mais perceptível em Astrologia Natal são Marte, Vênus e Mercúrio e considerando-se que Mercúrio fica 20% do tempo retrógrado (três vezes ao ano, em períodos de aproximadamente três semanas), isso não chega a ser tão traumático, com exceção de situações específicas em áreas regidas pelo planeta – o impacto também é menor porque certamente Mercúrio mudará de direção nas Progressões Secundárias. De forma que, em Astrologia Natal, os planetas cuja ação é alterada de forma significativa quando retrógrados são Vênus e Marte, dois planetas relacionados ao simbolismo do masculino e feminino. Vênus fica retrógrado cerca de 40 a 45 dias a cada 18 meses e Marte parece mover-se para trás de 60 a 80 dias, a cada 2,13 anos – Leia sobre Marte Retrógrado.

VÊNUS RETRÓGRADO

Vários impactos são possíveis quando Vênus está retrógrada mas antes vamos entender o ciclo de retrogradação de Vênus e sua mitologia. RETROGRADAÇÃO é um movimento em que, do ponto de vista da Terra, o planeta parece se mover para trás. Na verdade, o planeta em questão não se move para trás, isso é uma ilusão de ótica causada pela posição do planeta em relação ao Sol. Cada planeta tem um ciclo de retrogradação diferente, que depende de sua distância do Sol. Como é um fenômeno que se dá diretamente por causa da relação dos planetas com o Sol, seus efeitos implicam questões que o ego precisa trabalhar no longo caminho em direção à inteireza e completude. No caso de Vênus essas questões têm a ver com amor, relacionamentos, sexualidade, valores, auto-estima, prazer,  beleza, arte, senso estético, gostos, dinheiro, gerenciamento dos recursos etc…
Gostaria de ressaltar que este texto é baseado principalmente no livro Retrograde Planets, de Erin Sullivan(1), um dos melhores e mais completos textos já publicados sobre o assunto, e também nas minhas observações com clientes.

MITOLOGIA


Urânia e Calíope – Simon Vouet – Reprodução
Sullivan começa o capítulo relacionado a Vênus chamando a atenção para a dualidade de Vênus e lembra o mito em que Afrodite nasce de Zeus e Dione, como duas deusas: Afrodite Urania, celestial, inteligente, espiritual, filha do pai e Afrodite Pandemos, das pessoas comuns, preocupada com a sensualidade e com a sexualidade, a filha da mãe. Poderíamos relacionar Afrodite Pandemos com o terroso signo de Touro, pelas suas características instintuais, alinhadas com o corpo, a fisicalidade e os cinco sentidos; já Afrodite Urania rege Libra e seus ideais estéticos, civilidade e racionalidade. Ela menciona esse mito porque ele é extremamente relevante para os períodos de retrogradação deste planeta, especialmente para a Conjunção Inferior.

A PROPORÇÃO ÁUREA


O Pentagrama formado pelo ciclo de retrogradação de Vênus
Vênus tem grandes ciclos de 8 e 243/251 anos. O seu ciclo menor é de cerca de 18/19 meses, ou seja, a cada 18/19 meses ele desaparece no céu para aparecer somente por volta de 45 dias depois. O seu ciclo de retrogradação é um dos mais raros, tanto que apenas cerca de cinco por cento de mapas natais apresentam Vênus retrógrado. Durante oito anos o planeta fica retrógrado apenas cinco vezes, cada vez num signo diferente, até voltar ao signo inicial. Quando traçamos e unimos as linhas através destes signos, um desenho se forma: uma estrela de cinco pontas, um pentagrama. O número cinco e o pentagrama têm uma simbologia que é, em si mesma, extremamente rica e tão antiga quanto o surgimento dos primeiros números. O número cinco é relacionado com a Proporção de Ouro, o Número Áureo ou Número de Ouro, uma proporção muito usada na arte e arquitetura e que é relacionada à letra grega PHI. Este número é extraído da Seqüência de Fibonacci, uma sequência de números naturais, na qual os primeiros dois termos são 1 e 1, e cada termo subsequente corresponde à soma dos dois precedentes: 0,1,2,3,5,8,13,21… Representa crescimento constante, estando envolvida com a natureza do crescimento em espiral geométrica perfeita, uma espiral encontrada exaustivamente na Natureza, como por exemplo no padrão de crescimento das conchas marinhas.

Reprodução de Google Imagens
O número cinco relaciona-se também com o número de dedos das mãos e pés humanos, simbolizando a capacidade de entendimento e a  subseqüente capacidade de criação e realização a partir desta compreensão.
Os estudos esotéricos associam o número cinco com a inteireza do mundo material. Sullivan diz que o padrão criado pelo ciclo de retrogradação de Vênus forma a base da Proporção de Ouro e esse número de ouro é ativado durante os períodos em que o planeta estaciona, direto ou retrógrado, a intervalos de 72 graus, que é a divisão exata de 360 graus do círculo perfeito. Quando se traça esse ciclo em detalhes minuciosos, ele forma uma imagem ainda mais bela: uma mandala que é a imagem de uma flor de lótus. Só isso já nos deixa extasiados com a simbologia e numinosidade deste ciclo. Mas tem mais.

CINCO CONJUNÇÕES INFERIORES REPETIDAS FORMAM UM PENTAGRAMA


Domínio Público – Ficheiros do Google
O ciclo mágico de Vênus retrata sua dança cósmica com o Sol e a Terra. Vênus nunca fica mais do que 48 graus distante do Sol. Quando atinge 45-48 graus à frente do Sol está no ponto máximo de elongação Leste e aparece linda e fulgurante no Céu noturno, como Hésperos, a estrela Vespertina, filho de Eos, deusa da alvorada. Então ele diminui velocidade e o Sol parece chegar mais próximo, até que estaciona a não de mais que 30° à frente do Sol. Este é o ponto estacionário-retrógrado SRx e lentamente ele começa a mover-se para trás, ou assim nos parece, até que se encontra com o Sol, quando se dá a Conjunção Inferior ou Conjunção Baixa. Essa conjunção é chamada de “inferior” exatamente porque está na mesma longitude do Sol, entre este e a Terra.

O ciclo de Vênus – Domínio Público – Ficheiros do Google
Diz-se então que toma lugar um Casamento Sagrado, uma conjunção alquímica, entre o Sol, Vênus e a Terra, completamente oculto de nossas vistas, pois, estando tão próximo do sol, o brilho de Vênus desaparece e ele torna-se invisível para nós. Erin Sullivan olha para as culturas Asteca e Maia para explicar o que ocorre aqui, porque segundo ela, de acordo com todas as evidências, essas culturas Mesoamericanas entendiam verdadeiramente a retrogradação de Vênus, tanto em movimento quanto em simbolismo.  Ela menciona os estudos de Bruce Scofield sobre os painéis de El Tajin (México) que começam com Vênus como a Estrela da Noite. Ele diz que na fase retrógrada Vênus “toma a forma de um homem e anda pela Terra”(2). Então ele (Vênus) encontra a deusa do amor Xochiquetzal e a faz quebrar suas promessas de pureza… A partir daí as noites de Vênus são regadas a música, dança, bebida e amor e ele se casa com a deusa. Dessa união surge um monstro e o jogo passa a ser no mundo inferior, jogo que Vênus perde e por causa disso ela/ele deve ser morta pelo Sol. Ele/Ela é de fato sacrificada pelo Sol, mas renasce depois como Estrela da Manhã, na forma feminina.

Xochiquetzal – Repodução de Google Imagens
Depois dessa união cósmica, certamente ela, Vênus, não será mais a mesma. Depois da Conjunção Inferior, o planeta vai ficando para trás do Sol, até que quando chega a aproximadamente 10 graus atrás do sol, alguns dias depois da conjunção, ele finalmente começa a aparecer no céu novamente, como a Estrela Dalva, a Estrela da manhã. Ao atingir cerca de 30 graus atrás do Sol, estaciona novamente e retorna ao movimento direto. Apesar do movimento direto, Vênus ainda está lento e após um mês ele atinge o ponto máximo de elongação ocidental ou Oeste, atrás do Sol cerca de 45 a 48 graus, neste ponto ele é associado a Eósforo (Fósforo), também filho da deusa da Alvorada e irmão de Héspero. Pouco mais de nove meses depois, metade do ciclo de 18-19 meses, ocorre a Conjunção Superior, chamada assim porque desta vez, é o Sol que fica no meio entre a Terra e Vênus.

O “Dresden Codex” maia, que calcula as aparições de Vénus. Domínio Público – Ficheiros do Google

VÊNUS RETRÓGRADO NO MAPA NATAL

A simbologia de todo este ciclo é muito rica e profunda. Vênus representa nossa capacidade e necessidade de socialização, de dar e receber afeto, nossos valores, auto-estima…  Assim, uma das características mais recorrentes quando o indivíduo tem Vênus retrógrado no mapa natal é a androginia psicológica. Isso é simbolizado pela a Conjunção Inferior, quando Vênus funde-se tanto com o Sol quanto com a Terra, incorporando as qualidades celestiais de Urania (Sol) e as qualidades terrosas e instintuais de Pandemos (Terra), qualidades femininas e masculinas; é simbolizado ainda no mito Mesoamericano, quando Vênus se torna masculino enquanto dança com a deusa Xochiquetzal.

Conjunção Inferior de 11 de janeiro de 2014, em Capricórnio
Isso quer dizer que a pessoa tem um senso de completude e inteireza, sendo emocionalmente independente e livre, com um corpo de valores morais e estéticos muito próprios e completamente independentes dos valores sociais vigentes. Mas isso é algo que só vem com o tempo, porque até que a pessoa aceite e viva a partir desse código próprio e aceite a si mesma como diferente, ela passa por muita confusão e senso de inadequação e estranheza. Obviamente, sua relação com o corpo também é muito particular e Sullivan ressalta que essas pessoas “freqüentemente têm dificuldade de separar suas próprias necessidades daquilo que é esperado delas, então elas se retraem, seja numa negação ascética das necessidades corporais e demandas viscerais, seja nos aspectos sensuais da vida (…) As manifestações possíveis são inúmeras mas variam de relacionamentos múltiplos a praticamente celibato. A forma de expressar afeto é diferente dos modelos vigentes, e a pessoa tende a ser emocionalmente mais reservada”.

A Flor de Lótus, padrão formado por sucessivos ciclos de retrogradação de Vênus – Reprodução de Google Imagens
Outro dom de Vênus retrógrada é a criatividade infinita, relacionada desta vez com a simbologia do número cinco e do Número Áureo. Nascer com Vênus retrógrada ou estacionário, diz Sullivan, “significa uma conexão poderosa com este Número de Ouro. A natureza introvertida e contemplativa desses indivíduos é altamente imaginativa e deve achar maneiras de externar o metafísico através do físico”.  Essas pessoas vivem normalmente à frente do seu tempo, ou num tempo diferente de sua época e seu senso estético pode ser totalmente avant-garde, lançando moda e ditando tendências, ou completamente incompreendido. De um  jeito ou de outro, eles precisam achar canais de expressão para toda essa imaginação e criatividade e assim, o mundo das artes está cheio deles.

Reprodução de Google Imagens
Particularmente, relaciono Vênus retrógrado no mapa natal com o que chamo de a “Síndrome do Patinho Feio”. A pessoa normalmente se acha e se percebe muito diferente da família de origem, tendo dificuldade de abraçar seus valores e tradições. Sua relação com o corpo também pode ser complicada e a pessoa pode se achar feia ou sem atrativos, pode ser vítima de bulling na família e na escola por ser tão diferente e “estranha”. A pessoa pode também se sentir não amada, ou sentir que por algum motivo não é digna de amor. Assim como o patinho feio, ela pode sentir-se uma estranha no ninho e clientes já confirmaram em consulta que chegavam a suspeitar terem sido adotados, tal o nível de diferenciação dentro de suas famílias.
A sexualidade é outra questão que pode ser tabu no início da vida, quando o indivíduo ainda não consegue pensar por si mesmo e não consegue compreender a si próprio e às suas emoções e formas de sentir, tão diferentes do que é considerado “aceitável” no meio em que vive. E há ainda relatos de abusos sexuais, embora isso não seja regra. Contudo, como todos sabemos, a estória do patinho feio termina bem. O patinho não é um patinho, é um cisne, cujo ovo foi perdido pela mãe-cisne e adotado pela mãe-pata. Ao crescer torna-se um cisne belíssimo e vai em busca de sua própria “turma”. Gradativamente o indivíduo vai percebendo que apesar de se sentir “diferente” isso não necessariamente quer dizer “errado” e, se estiver no ambiente adequado, pode aprender a se aceitar como é, manifestando seus melhores potenciais. Se este ambiente não é tão favorável, mesmo assim, funciona como motivador e catalizador para que a pessoa parta numa busca ou saga de auto-entendimento fora dali. O caminho dessas pessoas nunca é fácil, mas certamente é muito rico e profundo, assim como a simbologia do ciclo Venusiano.

Dimitar Voinov – Reprodução de Open Art Group

VÊNUS RETRÓGRADO EM TRÂNSITO

Quando Vênus fica retrógrada em trânsito, “algo misterioso toma lugar, uma reformulação da ordem natural, um retorno a um lugar ideal onde tudo o que é manifesto pode parecer com uma replicação simplificada da perfeição cósmica”(3). Assim como o planeta desaparece de nossas vistas, recolhendo-se para um lugar desconhecido e misterioso, que nossa limitada percepção não consegue alcançar, assim também, de certa forma nos recolhemos. Nesse tempo de introspecção sutil – sim, porque precisamos continuar funcionando no mundo – ocorre uma reavaliação interna dos nossos valores; dos nossos relacionamentos e da reciprocidade existente ou não neles; de nossa auto-estima. Porém, como a retrogradação de Vênus é uma das mais inconscientes, é possível que nem percebamos o que ocorre, e então, nos pegamos rompendo relacionamentos amorosos ou de amizade, sentimo-nos isolados, diferentes. Como em tudo o que é cíclico, não há começo ou fim, apenas uma espiral evolucionária, em que a cada vez em que o ciclo é ativado, ele ressoa a partir de todos os outros, pois são inseparáveis e falam dos mesmos temas, seja no passado ou no futuro. É útil então olhar para os ciclos anteriores e recordar o que ocorria no período. Vale a pena refletir sobre o que era importante para você naquela época, quais eram seus valores, a quantas andava sua auto-estima, como estavam seus relacionamentos, como estavam suas finanças… Essas perguntas adquirem mais significado se você souber em que área do seu mapa natal esse trânsito ocorre e se a conjunção Inferior faz aspecto com algum planeta no mapa.

Kairos – Francesco Salviati – Wikimedia – Reprodução
Em termos práticos, de modo geral, quando Vênus está retrógrada, é aconselhável um retiro estratégico, uma desaceleração da vida social para que as condições para as mudanças sutis que precisam ocorrer sejam favoráveis e para que nos sintonizemos com nosso mundo interior. Assim, ao invés de reclamar de solidão, dê-lhe boas vindas e faça aquelas atividades para as quais nunca tem tempo por causa do frenesi da vida diária; procure a Natureza e contemple-a em meditação passiva (parado) ou ativa (com movimento). Medite sobre a qualidade dos seus relacionamentos; reveja seus valores – eles continuam a refletir quem você é ou quem está se tornando? Reveja sua relação com o mundo e com seus recursos materiais; reveja sua relação com os assuntos da casa em que Vênus trafega atualmente (* veja relação básica abaixo). E reveja o que acontece com o signo em questão no seu mapa individual, se há planetas ou pontos importantes e como você se relaciona com estes arquétipos e princípios.
(*)Vênus retrógrada em trânsito leva a questionamentos nos assuntos da casa em que trafega. Veja os significados básicos das casas do mapa natal:
  • Casa 1 – O Eu, a forma como você vê a vida em geral, como é visto  pelas outras pessoas, sua identidade
  • Casa 2 – Valores, recursos materiais e imateriais, talentos, dinheiro, como você ganha e como gasta dinheiro
  • Casa 3 – Comunicação, educação, irmãos, ambiente imediato, viagens curtas
  • Casa 4 – Família, o clã, o Pai, o lar, a casa, o passado familiar, as origens
  • Casa 5 – Criatividade, auto-expressão, artes, recreação, lazer, romances, jogos, como você relaxa
  • Casa 6 – Trabalho cotidiano, emprego, serviço, corpo, saúde, rituais diários, animais de estimação
  • Casa 7 – O outro, relacionamentos, casamento, parcerias afetivas ou profissionais, litígios,
  • Casa 8 – Transformação, renascimento, sexualidade, o que se partilha na intimidade, os valores e o dinheiro dos outros
  • Casa 9 – Educação Superior, filosofia de vida, fé, religião, viagens longas, outras culturas
  • Casa 10 – Imagem Social, seu papel no mundo, vocação, carreira, a mãe.
  • Casa 11 – Amigos, networking, projetos de longo prazo, associações diversas.
  • Casa 12 – O inconsciente pessoal e coletivo, Carma, motivações escondidas, redenção

Ciclos de Vênus retrógrado e as conjunções com o Sol.


          Sempre que se aproxima um período de Vênus em movimento retrógrado temos indicações para um novo ciclo de acordo com a área do mapa astrológico em que ele transita. Apesar de ser um planeta pessoal e rápido, momentos de Vênus retrógrado são um pouco mais demorados, capazes de marcar uma transição e dar significado a área onde ocorre sua retrogradação, não apenas naquelas semanas em especial, mas por longo tempo ou mesmo até outro período no signo e casa de um mapa.

            Para entender este ciclo, Vênus é mais rápido que a Terra em seu movimento orbital. Em pouco mais de 7 meses (243 dias), ele completa seu giro em torno do Sol. Nesse movimento, aproximadamente a cada 9 meses Vênus se encontra em mesmo signo que o Sol em conjunção.

              Porém, há dois tipos de conjunção para os planetas interiores - que são aqueles entre Sol e Terra - como é o caso de Mercúrio e Vênus: as superiores (quando estão atrás do Sol) e as inferiores (quando ficam à frente do Sol e entre a Terra).

Frequência de Vênus retrógrado 
e da conjunção inferior com o Sol
A cada 19 meses, (precisamente 584 dias), acontece a conjunção inferior, ou seja, quando Vênus "ultrapassa" a Terra, ocorrendo um "quase alinhamento" Sol-Vênus-Terra. Na Astrologia estes períodos são os movimentos retrógrados de Vênus, ou seja, quando podemos ter uma visão do planeta em uma espécie de rotatória até estar entre a Terra e o Sol, no aparente retrocesso ao zodíaco. Chega-se a mais de 40 dias retrógrados e entre o tempo que permanece neste movimento somado aos dias anteriores mais os posteriores totalizam aproximadamente 3 meses em um signo e casa de um mapa astral.

           Há outros detalhes importantes e que deixam este período retrógrado de Vênus merecedores de um olhar especial:
      
               
           -  Sua retrogradação em um mesmo signo se repete a cada 8 anos em grau bem próximo.  Exemplos: Vênus retrógrado em Áries entre março e abril nos anos de 1993, 2001, 2009 e 2017. Vênus retrógrado em Escorpião entre outubro e novembro, tanto de 2002, 2010 e 2018.  Se pesquisarmos mais outras posições de Vênus em movimento retrógrado, perceberemos no intervalo de 8 anos a mesma condição em mesmo signo quase todas as vezes, bem como nos graus próximos. De acordo com o local da passagem no mapa, a área situada nestes períodos é propensa a situações correlacionadas ao momento anterior de 8 anos ou então marcar uma significativa transição sobre a área do mapa a qual que ela acontece, especialmente em temas relacionados a Vênus, como relacionamentos, finanças, ambientes sociais, bem como nossa postura diante das nossas convivências de acordo com a casa e as áreas de signos regidos por Vênus (Touro e Libra). 

- Em um espaço de 8 anos são 5 ocasiões em que Vênus fica retrógrado e em mesmo número de vezes forma  conjunção inferior com o Sol. Se traçarmos exatamente os pontos no espaço de todas elas teremos um pentagrama no céu (como é possível observar no exemplo da figura ao lado). Isso é uma amostra simbólica da importância de Vênus inserido em um ciclo de tempo duradouro, justamente em uma proporção de equilíbrio e harmonia na associação, seja da figura como dos temas de harmonia e beleza que já conhecemos ao estudar sobre o planeta.  


- Quando acontece a conjunção de Vênus retrógrado e o Sol entre os graus 15 e 18 no eixo Gêmeos-Sagitário temos o chamado trânsito de Vênus, algo semelhante a um eclipse. A diferença é que ao invés da Lua cobrir o Sol é Vênus que aparecesse visível como um ponto escuro ao cruzar a frente na esfera solar.



Este fenômeno acontece a cada 121,5 anos, mas seguida de dois trânsitos em intervalo de 8 anos. As últimas vezes foram com Vênus retrógrado conjunto ao Sol em Gêmeos durante os anos de 2004 e depois em 2012. Antes, os trânsitos de Vênus foram em Sagitário, uma vez em 1874 e na outra em 1882. O motivo desse raro trânsito de Vênus acontecer nessas áreas de Gêmeos e Sagitário é por serem os nódulos de Vênus, ou seja, onde se dá intersecção de Vênus e Terra paralelos entre si.

            É possível que ocorra variação de 2 graus desse ponto a cada 243 anos.

          Um exemplo coletivo importante de Vênus nesses momentos marcantes de trânsito sobre o Sol tem associação com o impacto econômico mundial, justamente entre em 2004 e 2012 quando ocorreu o raro trânsito sobre o grau de Gêmeos. Basta ver a crise ocorrida nos Estados Unidos em 2008 e a retomada em 2012, justamente após os movimentos retrógrados de Vênus no Ascendente da nação. Ainda que alguns astrólogos considerem o Ascendente dos Estados Unidos em Sagitário, o trânsito em oposição também caracteriza como um indicador deste momento.
           
            Também são momentos associados a mudanças nos padrões das comunicações no mundo com o surgimento das redes sociais de forma mais presente justamente a partir de 2004 e as comunicações mais instantâneas que se tornaram mais usuais. Um dos exemplos é a expansão do Skype a partir de 2004 e WhatsApp depois de 2012.
          
            Temas que envolvam costumes femininos e mobilizações sociais também se acentuam. Em 2006, ano em que surgiu a Lei Maria da Penha no Brasil, Vênus teve movimento retrógrado e conjunção inferior ao Sol em janeiro a 23 graus de Capricórnio. Quando a lei foi assinada em agosto, a Lua passava por este grau de Capricórnio e formava oposição exata a Vênus em Câncer, justamente os arquétipos astrológicos associados ao feminino no eixo da última conjunção inferior de Vênus com o Sol ocorrida naquele ano. 

            Em mapas pessoais: Na interpretação sobre Vênus retrógrado em uma análise pessoal, esta configuração aponta uma condição para repensarmos condutas diante de relacionamentos dos mais diversos tipos. Também é capaz de implicar em nossa forma de reagirmos ao que a sociedade vivencia, seja entretido ou até mesmo desvinculando de posturas, aparências ou modas sem importância.  

            O resgate de relações e mesmo a reconsideração de vínculos também são mais frequentes. A casa onde o trânsito de Vênus fica retrógrado e especialmente forma conjunção ao Sol também neste trânsito é uma área a qual se acentua nova etapa pelo período de 19 meses. Também abrange direções em temas materiais, questões financeiras e tendências a uma mudança de valores, bem como de costumes conforme a área do mapa astral que transitar.

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