Introdução à Astrologia Védica
Diferente de como nossa cultura atualmente lida com a astrologia que nossa própria civilização desenvolveu, a astrologia védica é tida como um conhecimento legítimo na Índia, e é uma das seis principais disciplinas (vedangas) necessárias para a compreensão dos seus textos sagrados, os Vedas. Tendo cursos de ensino superior disponível nas universidades indianas. Na Índia, ela é chamada de jyotisha, que significa “o conhecimento da luz”. A astrologia para os hindus têm uma importância mística, de modo muito semelhante à da matemática para os filósofos da Escola Pitagórica na Grécia, responsáveis por inúmeras descobertas neste campo.

Parashara, o fundador mítico da Astrologia Védica
Na tradição hindu, a primeira geração da astrologia védica é atribuída à figura mítica de Parashara (ilustração acima), suposto escritor mitológico da principal obra, o Brihat Parashara Hora Shastra, que mescla técnica à mitologia indiana. Segundo o pesquisador David Pingree em “The Mesopotamian Origin of Early Indian Mathematical Astronomy” (1976), a astronomia da Índia teve seu desenvolvimento à partir de uma derivação dos estudos praticados na Mesopotâmia durante o Primeiro Império Persa (550–330 a.C), podendo ser historicamente atribuído como uma descoberta de grupos de diversos matemáticos e astrônomos. A tradução desse Bíblia da Astrologia Védica pode ser encontrada em nossos materiais gratuitos, mas eu realmente recomendo que pela densidade do texto você acompanhe conosco.
Como ciência comparativa, a Astrologia não estuda um ente, uma coisa, mas uma relação […] Astrologia é, por natureza, astrologia comparada: astronomia comparada à Biologia, quando estuda fenômenos biológicos; comparada à História, quanto estuda eventos e etapas da História; e assim por diante. […] A Astrologia, portanto, não é uma ciência só, mas uma multidão de ciências.
Adotaremos aqui a definição do astrólogo Olavo de Carvalho em seu “Tratado de Astrocaracterologia“, uma das primeiras iniciativas de se criar um debate astrológico no Brasil, ““. Apesar da astrologia ocidental ter se difundido nas massas como um “teste de psicologia”, a astrologia védica tem diversas aplicações em diversas áreas, incluindo medicina, predição de eventos e profissões. A astrologia deve ser entendida como o estudo de uma linguagem, como os números da matemática. Como a interpretação de novos algarismos contidos na linguagem do Universo que pode ser traduzida em acontecimentos e objetos terrestres. Cada ferramenta de seus cálculos representa em si um algarismo, tal como os números que conhecemos, mas eles não se referem apenas à quantidade, mas a um significado eterno, desta forma, muitos objetos que são separados para nós à primeira vista, podem estar associados na lógica astrológica, e também, podem haver vários outros campos que desconhecemos. As ferramentas até então definidas, as casas, os planetas, os signos, os aspectos, os nakshatras, as regências dos signos e de suas mansões, são as bases que determinarão da expressão de um fato astrológico.
Por mais que as correntes esotéricas ocidentais forcem a concepção mágica da Astrologia em suas propagandas, cheias de energias, símbolos, roxos, rosas e azuis, o astrólogo não é um vidente, não se utiliza de nenhum dom de clarividência ou visão sobrenatural, ele simplesmente conhece as leis e operações desta linguagem, da mesma forma que um programador, um estudante de línguas ou um matemático. Ele analisa um elemento da realidade, os corpos celestes e faz suas operações seguindo seu método matemático. O astrólogo, antes de tudo, precisa ser um estudioso e sua pesquisa se baseia em perceber padrões, fazer estudos de casos e comparar com a realidade, se este resultado esperado realmente fora produzido.
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