Encontrar e Definir o Hyleg- Cálculo da Longevidade
No artigo de hoje mostramos como encontrar e definir o Hyleg, essencial para o cálculo da longevidade.
Encontrar e Definir o Hileg- A Longevidade no Horóscopo
Na antiga astrologia helenística- e, posteriormente, até ao Renascimento- encontrar o hyleg no horóscopo era algo essencial, para prever a longevidade, na sua máxima extensão possível.
O Hyleg é o planeta ou ponto do horóscopo mais forte. Mas não funciona sozinho, é preciso relacioná-lo também com o planeta que tem a função de Alchocoden e é o fator limitador das possibilidades do Hyleg.
Assim, a esperança de vida de uma pessoa era determinada pela relação entre o Hyleg e o Alchocoden. Seguindo a explicação dada por Curtis Manwaring sobre estes conceitos, enquanto o alchocoden se relaciona com a forma física do corpo , a sua constituição e organização, o Hyleg é a energia disponível para o uso dessa forma.
Segundo a astrologia medieval, qualquer planeta podia desempenhar o papel de alchocoden, bastando que, para o efeito, tivesse a dignidade mais forte para a localização do Hyleg.
Embora haja diversas abordagens sobre como definir o Hyleg no horóscopo, em geral começava por estabelecer-se qual a «luz» ativa ( Sol ou Lua). Este passo justifica-se pelo facto de o Sol e a Lua serem as fontes mais poderosas de energia do horóscopo e as formas mais antigas de astrologia atribuíam-lhes os papeis mais importantes.
Como já referimos em vários artigos anteriores, o Sol é a «luz» para os nascimentos diurnos (após o nascer do sol) e a Lua é a «luz» para os nascimentos noturnos (após o por do sol).
Se uma destas «luzes», de acordo com o referido no parágrafo anterior, estivesse colocada na 1ª, 4ª, 5ª, 7ª, 9ª, 10ª ou 11ª casas, poderia ser o Hyleg (porque o Sol e a Lua são naturalmente mais fortes do que os restantes planetas). Porém, nem todos os astrólogos seguiam este princípio, como explicamos abaixo.
Agora, para além disto, é também necessário seguir um conjunto de passos, com os quais a maioria dos astrólogos helenísticos estava de acordo: 1- considerar qual a luz do secto, depois a luz que está fora do secto (se o sol está no secto a Lua está fora de secto e vice-versa).
Ptolomeu, uma autoridade fundamental da astronomia e astrologia helenística do século II apenas tinha em conta, para encontrar o Hyleg, as casas acima do horizonte e a 5º acima do horizonte, excluindo a 8ª e a 12ª casas e não considerava nenhuma das casas abaixo do horizonte a seguir à 1ª casa.
Já Vettius Valens, contemporâneo de Ptolomeu e outra grande referência da astrologia helenística, considerava algumas casas abaixo do horizonte, contanto que estas mantivessem algum aspeto com o signo Ascendente (a ideia de signos lançarem aspeto para outros signos , que encontramos na Astrologia Jaimini tem origem na astrologia mais antiga, definida pelos astrólogos helenísticos).
Regra: se nem o Sol nem a Lua estiverem numa das casas referidas como elegíveis nos parágrafos anteriores, não podendo, desse modo, tornarem-se o Hyleg, então consideramos a seguir a Parte da Fortuna; se esta também não estiver numa das casas referidas, vê-se em que casa caiu a última Lua Nova ou Lua cheia antes do nascimento; se também estas não se deram numa das casas elegíveis, então o Ascendente torna-se o Hyleg.
Algumas outras fontes referem que, quando o Sol e a Lua não se qualificam para serem o Hyleg, outros planetas podem ser escolhidos, desde que: sejam benéficos ou neutros , devendo os maléficos Marte e Saturno ser excluídos, a menos que estejam mais fortes e nenhum dos outros se qualifique.
Devem, nesse caso, estar sem aflições e debilidades , isto é: não podem estar no signo de queda ou detrimento, não devem estar aflitos nem sob aspetos difíceis com outros planetas, em especial com planetas maléficos, não devem estar retrógrados. E devem, claro, estar colocados numa das «casas hylegiacais» referidas atrás.
Nesta perspetiva, apenas quando nenhum dos 7 planetas se qualifica para se tornar o Hyleg é que o Ascendente assume essa função.
Encontrar o Hyleg segundo Claudius Ptolomeu
Para este astrólogo, considerado por muitos como pai da Astrologia ocidental, encontrar o Hyleg pressupõe considerar a posição dos planetas e os pontos do horóscopo que referimos abaixo, tendo em conta o conjunto das Dignidades essenciais:
- Tomar nota do grau , casa e signo da posição do Sol;
- Tomar nota do grau, casa e signo da posição da Lua;
- Tomar nota do grau, casa e signo da posição do Ascendente;
- Tomar nota do grau, casa e signo da posição da Parte da fortuna;
- Tomar nota do grau, casa e posição da última Lua nova antes do nascimento (para nascimentos com a Lua brilhante ou cheia) ou da última Lua cheia antes do nacimento (para nascimentos com a Lua minguante ou nova).
Descrevemos em outro artigo quais são as dignidades essenciais e as debilidades, por isso resumimos aqui apenas o seguinte: para as dignidades essenciais, que são o ponto importante no assunto que nos ocupa, eram dados 5 pontos quando um planeta estava colocado no signo que rege; 4 pontos quando está no signo de exaltação; 3 pontos quando é o regente da triplicidade; 2 pontos quando é o regente do termo ; 1 ponto quando é o regente da face.
O planeta que consiga o maior número de pontos nestas 5 dignidades essenciais é o Almuten(ou Grande Almuten) desde que também esteja numa das casas elegíveis para a posição do Hyleg).
De acordo com Ptolomeu, apenas os planetas colocados 5º acima do horizonte podem ser escolhidos, o que significa que uma parte da 1ª casa não é elegível- os primeiros 5º- podem ser elegíveis.
Nos sistemas de casas não iguais, a 1ª casa só é elegível se estiver no mesmo signo do Ascendente. Se nenhum dos planetas se qualificar por não obedecer a todas estas condições, então o Ascendente torna-se o Hyleg.
Após determinar o Hyleg, é preciso encontrar o alchocoden, também conhecido pela expressão árabe de Almuten. Este é o planeta que tem a regência do grau em que se encontra o Hyleg, tendo em conta as dignidades referidas acima. Num artigo já publicado antes, explicamos em que consistem as dignidades essenciais e as debilidades, a partir do uso que o grande astrólogo do século 17, William Lilly fez delas e que seguem os princípios da astrologia helenística.
Os leitores menos familiarizados com este sistema de «dignidades» poderão considerar útil essa leitura. Publicaremos futuramente mais considerações sobre as dignidades na Astrologia helenística.
Note-se, contudo, que o Almuten ou Alchocoden tem ainda que obedecer a algumas condições: a mais importante é que deve formar aspeto com o Hyleg. Se estiver em «aversão» com o Hyleg, não pode desempenhar a sua função pois isso significaria que a energia vital da pessoa não teria relação com a forma física que é o seu veículo na Terra. Talvez por isso, a maioria dos autores tenha acordado que o Hyleg e o Alchocoden podem ser o mesmo planeta.
Para encontrar a «esperança» de vida» falta-nos ainda um elemento fundamental, que é o Anareta, o destruidor da saúde e da longevidade. Dele falaremos no próximo artigo.
Na antiga astrologia helenística- e, posteriormente, até ao Renascimento- encontrar o hyleg no horóscopo era algo essencial, para prever a longevidade, na sua máxima extensão possível.
O Hyleg é o planeta ou ponto do horóscopo mais forte. Mas não funciona sozinho, é preciso relacioná-lo também com o planeta que tem a função de Alchocoden e é o fator limitador das possibilidades do Hyleg.
Assim, a esperança de vida de uma pessoa era determinada pela relação entre o Hyleg e o Alchocoden. Seguindo a explicação dada por Curtis Manwaring sobre estes conceitos, enquanto o alchocoden se relaciona com a forma física do corpo , a sua constituição e organização, o Hyleg é a energia disponível para o uso dessa forma.
Segundo a astrologia medieval, qualquer planeta podia desempenhar o papel de alchocoden, bastando que, para o efeito, tivesse a dignidade mais forte para a localização do Hyleg.
Encontrar o Hyleg
Embora haja diversas abordagens sobre como definir o Hyleg no horóscopo, em geral começava por estabelecer-se qual a «luz» ativa ( Sol ou Lua). Este passo justifica-se pelo facto de o Sol e a Lua serem as fontes mais poderosas de energia do horóscopo e as formas mais antigas de astrologia atribuíam-lhes os papeis mais importantes.
Como já referimos em vários artigos anteriores, o Sol é a «luz» para os nascimentos diurnos (após o nascer do sol) e a Lua é a «luz» para os nascimentos noturnos (após o por do sol).
Se uma destas «luzes», de acordo com o referido no parágrafo anterior, estivesse colocada na 1ª, 4ª, 5ª, 7ª, 9ª, 10ª ou 11ª casas, poderia ser o Hyleg (porque o Sol e a Lua são naturalmente mais fortes do que os restantes planetas). Porém, nem todos os astrólogos seguiam este princípio, como explicamos abaixo.
Agora, para além disto, é também necessário seguir um conjunto de passos, com os quais a maioria dos astrólogos helenísticos estava de acordo: 1- considerar qual a luz do secto, depois a luz que está fora do secto (se o sol está no secto a Lua está fora de secto e vice-versa).
Ptolomeu, uma autoridade fundamental da astronomia e astrologia helenística do século II apenas tinha em conta, para encontrar o Hyleg, as casas acima do horizonte e a 5º acima do horizonte, excluindo a 8ª e a 12ª casas e não considerava nenhuma das casas abaixo do horizonte a seguir à 1ª casa.
Já Vettius Valens, contemporâneo de Ptolomeu e outra grande referência da astrologia helenística, considerava algumas casas abaixo do horizonte, contanto que estas mantivessem algum aspeto com o signo Ascendente (a ideia de signos lançarem aspeto para outros signos , que encontramos na Astrologia Jaimini tem origem na astrologia mais antiga, definida pelos astrólogos helenísticos).
Regra: se nem o Sol nem a Lua estiverem numa das casas referidas como elegíveis nos parágrafos anteriores, não podendo, desse modo, tornarem-se o Hyleg, então consideramos a seguir a Parte da Fortuna; se esta também não estiver numa das casas referidas, vê-se em que casa caiu a última Lua Nova ou Lua cheia antes do nascimento; se também estas não se deram numa das casas elegíveis, então o Ascendente torna-se o Hyleg.
Algumas outras fontes referem que, quando o Sol e a Lua não se qualificam para serem o Hyleg, outros planetas podem ser escolhidos, desde que: sejam benéficos ou neutros , devendo os maléficos Marte e Saturno ser excluídos, a menos que estejam mais fortes e nenhum dos outros se qualifique.
Devem, nesse caso, estar sem aflições e debilidades , isto é: não podem estar no signo de queda ou detrimento, não devem estar aflitos nem sob aspetos difíceis com outros planetas, em especial com planetas maléficos, não devem estar retrógrados. E devem, claro, estar colocados numa das «casas hylegiacais» referidas atrás.
Nesta perspetiva, apenas quando nenhum dos 7 planetas se qualifica para se tornar o Hyleg é que o Ascendente assume essa função.
Encontrar o Hyleg segundo Claudius Ptolomeu
Para este astrólogo, considerado por muitos como pai da Astrologia ocidental, encontrar o Hyleg pressupõe considerar a posição dos planetas e os pontos do horóscopo que referimos abaixo, tendo em conta o conjunto das Dignidades essenciais:
- Tomar nota do grau , casa e signo da posição do Sol;
- Tomar nota do grau, casa e signo da posição da Lua;
- Tomar nota do grau, casa e signo da posição do Ascendente;
- Tomar nota do grau, casa e signo da posição da Parte da fortuna;
- Tomar nota do grau, casa e posição da última Lua nova antes do nascimento (para nascimentos com a Lua brilhante ou cheia) ou da última Lua cheia antes do nacimento (para nascimentos com a Lua minguante ou nova).
Descrevemos em outro artigo quais são as dignidades essenciais e as debilidades, por isso resumimos aqui apenas o seguinte: para as dignidades essenciais, que são o ponto importante no assunto que nos ocupa, eram dados 5 pontos quando um planeta estava colocado no signo que rege; 4 pontos quando está no signo de exaltação; 3 pontos quando é o regente da triplicidade; 2 pontos quando é o regente do termo ; 1 ponto quando é o regente da face.
O planeta que consiga o maior número de pontos nestas 5 dignidades essenciais é o Almuten(ou Grande Almuten) desde que também esteja numa das casas elegíveis para a posição do Hyleg).
De acordo com Ptolomeu, apenas os planetas colocados 5º acima do horizonte podem ser escolhidos, o que significa que uma parte da 1ª casa não é elegível- os primeiros 5º- podem ser elegíveis.
Nos sistemas de casas não iguais, a 1ª casa só é elegível se estiver no mesmo signo do Ascendente. Se nenhum dos planetas se qualificar por não obedecer a todas estas condições, então o Ascendente torna-se o Hyleg.
Após determinar o Hyleg, é preciso encontrar o alchocoden, também conhecido pela expressão árabe de Almuten. Este é o planeta que tem a regência do grau em que se encontra o Hyleg, tendo em conta as dignidades referidas acima. Num artigo já publicado antes, explicamos em que consistem as dignidades essenciais e as debilidades, a partir do uso que o grande astrólogo do século 17, William Lilly fez delas e que seguem os princípios da astrologia helenística.
Os leitores menos familiarizados com este sistema de «dignidades» poderão considerar útil essa leitura. Publicaremos futuramente mais considerações sobre as dignidades na Astrologia helenística.
Note-se, contudo, que o Almuten ou Alchocoden tem ainda que obedecer a algumas condições: a mais importante é que deve formar aspeto com o Hyleg. Se estiver em «aversão» com o Hyleg, não pode desempenhar a sua função pois isso significaria que a energia vital da pessoa não teria relação com a forma física que é o seu veículo na Terra. Talvez por isso, a maioria dos autores tenha acordado que o Hyleg e o Alchocoden podem ser o mesmo planeta.
Para encontrar a «esperança» de vida» falta-nos ainda um elemento fundamental, que é o Anareta, o destruidor da saúde e da longevidade. Dele falaremos no próximo artigo.
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